quarta-feira, 9 de março de 2011

O Ônibus Laranja




Decorrera trinta minutos e aquela companhia ao meu lado não dizia uma única palavra sequer; fiz menção de retirar-me e mesmo assim aquela criatura não esboçava qualquer reação.
Então, movido por uma força interior, saí em disparada rumo ao Largo Paissandú e só parei quando um ônibus Alaranjado buzinou, quase me atropelando.
O motorista ainda fez um sinal que não entendi direito mas que não devia ser boa coisa.
- Vinte e uma horas, minha rua está um breu total, apagaram-se as luzes, devido a forte chuva que caiu por aqui ainda a pouco; Ouço vozes ao longe, algumas crianças ainda teimam em brincar, enquanto seus pais assistem ao enfadonho jornal nacional.
-Mas, dirão meus caros leitores: - Aonde foi parar aquela companhia, que ficava ao meu lado e nada dizia? -Aquela criatura que não esboçava reação alguma?
-Sinceramente, não consigo entender como as pessoas ficam se questionando sobre companhias mudas e estáticas, ou mesmo sobre o que aconteceu depois.
Acho que o mais interessante seria me perguntarem sobre "o que estava eu fazendo nas imediações do Largo Paissandú", e mesmo assim, confesso de antemão que não saberia responder. 
                                                      março.11

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