Certo dia, já há muitos séculos atrás, vivia em uma mata
agreste, uma lebre.
Diferente era a lebre de outras lebres, por vários aspectos;
Mas dois que chamavam a atenção nas criaturas da selva eram que não tinha
orelhas grandes como as outras lebres e não vivia correndo pelos prados.
Era quietinha e possuía duas pequenas orelhinhas; andava
sempre só, nunca se importando com falsas amizades.
...Bem, cá estou eu, passado todo este tempo, a contar-lhes
sobre a pequena lebre solitária e de orelhas pequenas.
Mas como sei que ninguém está interessado em lebres
solitárias e esquisitas, resolvi parar este conto, no momento em que acabo de
achar, perdido no canto do rodapé da minha sala, o parafuso que havia muito
perdera.
"Julho.2000"